1 de abril de 2010

onírica




é de manhã. me levanto da mesa no escritório para uma água um café um alô, e, ali, você está. eu me assusto. nem um de nós poderíamos estar. não sei o que dizer. você não me socorre. mostro as flores por sobre as árvores por trás da grande janela iluminada. ao olhar o imenso vermelho aos nossos pés eu teria muito, muito a dizer. mas a boca. procuro contar um pouco sobre meu pai. perguntar pelo seu. como se ancestralidades nos resolvessem neste momento. minha boca segue cerrada. estive em pedaços. já não estou. vou-me embora. mas nada. nada nada consigo dizer enquanto me derramo enquanto você me abraça e quando se afasta e já não me vê, eu choro. um pássaro em meus silêncios.



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