28 de setembro de 2010

quando o quase

minha mão não sei o que faço.
se estendo os dedos sei que resvalo em sua pele clara e delicada no vão que se revela entre a mão dela e o casaco de longas mangas e escuras e meus olhos mergulham no onde a blusa se encolhe no gesto não pensado e das costas um pedaço quase sei.
e se me deitasse agora e pedisse socorro e me virasse e pedisse abrigo e se eu agora me estendesse no mundo e lentamente pudesse passar as mãos em seus ombros frágeis frágeis e os seios que imagino seda e o ventre?
um nada é esse que quase sei.

Um comentário:

Inês Correa disse...

seus escritos que nos deixam a todos, os do outro lado da tela, sem foco. beijo. keep in touch!