21 de março de 2011

na dúvida

quando a vi subir a calçada que eu descia, não soube se seguia, ou atravessava a ver vitrines ocupada em distração.
não que fosse má pessoa, mas tão desagradável. e se alguma coisa atravancava sua vida, sem rodeios e sem constrangimentos se derramava no primeiro que cruzasse o seu caminho. no geral, a vida não ia bem, dificuldades próprias dos tempos. então.
me sentia solidária com ela e seus sofrimentos mas se nunca de nunca se interessava por ninguém. hoje eu precisava que alguém quisesse saber de mim.
enquanto pensava, perdi o semáforo perdi o passo me desequilibrei e segui a olhar firme pra frente já aflita por saber que quando eu perguntasse se tudo bem - e o dia estava em inícios - sem sair do lugar, veria o dia se esvair em misérias e logo hora de almoço.
ela se aproximou. ela me viu. olhei bem nos olhos e: oi, tudo bem? e ela: não, não está tudo bem, mas não quero falar agora. e me largou, boba, perdida de fôlegos e pés, como quem sobe.

Um comentário:

Inês Correa disse...

ai que duro. bom e duro. e visual, totalmente visual. beijo