9 de março de 2011

o vento no contrário

um dia vi um golfinho empalhado.
a explicação logo abaixo dizia ser possível reconhecer cada indivíduo pelas cicatrizes. cada golfinho é o conjunto do que viveu e se deixou marcar.
ela me diz seja dona dos seus passos, pegue as coisas com força porque a mão é sua. não se largue. esse corpo - ela me lembra - não é um outro, não é seu, posto que um corpo não se carrega. sou esse corpo. o que nós somos - nós - vai. a vida, como o equilíbrio, é o ir.

2 comentários:

Alvaro Vianna disse...

Fiquei me perguntando o que seriam estes quelóides no meu peito, para além do que sei.
Um velhinho japonês que conheci me aconselhou a nunca deixar de seguir o rio da vida. O rio só vai. Será a mesma coisa que você diz? A vida é o caminho natural ou também é vida quando se desvia? Penso que a Teoria do Caos também se aplica: vai, mas para onde?

bjs

Inês Correa disse...

algumas marcas em superexposição. outras sub. nosso corpo imprimindo em vida mudanças. vamos? se a direção é o ir, vamos marcando o tempo em nós mesmos, seja ele contrário ao vento. será?