8 de junho de 2012

khamsin

naquela noite, uma palavra me pegou pela mão como o vento que faz naufragar cidades inteiras na areia. mesmo que eu conseguisse contar tudo o que vejo e conseguisse prender os sentimentos ao texto como se prende um brinco nas orelhas, como se põe um anel no dedo, como a música no metrô se prende na pele da gente, a não ser que você também o tivesse experimentado não saberia o que é este estar como que pisando ilhas no ar. nada de águas. nada de terra além do minúsculo chão que piso agora.
agora.
agora.
outro agora.
depois, nada.
outra vez chão.
e nada.
ou o vento. pisar o vento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Belas imagens! (vale também para o texto).

Daniel Brazil disse...

Belas imagens! (Vale também para o texto).

fabiana jardim disse...

ficou ainda mais bonito com esse agora se estendendo feito os passos que a gente desdobra.a prosa mais perto da poesia no texto que vai construindo a vertigem! Um beijo.