27 de novembro de 2012

nos pinheirais





piso dias como minas
daquelas explosivas daquelas diamantes.
tudo brilha dia.
perde-se números de telefone perde-se referências.
o mar só é mar quando o dizemos mar?
a palavra constrói o futuro.
antes de ser palavra, o mar não é. nem água.
antes de ter um nome minha mão nem treme e o coração não pulsa.
quando a palavra cala, já nada.
antes de palavra não sou mar nem sou.
um lápis e eu saberia o que fazer com as mãos.
não tenho, nem tenho mãos nominadas mãos.
suas mãos têm nome.
e nas minhas abrem vãos
por onde vento outras palavras e mãos
que se enroscam nos meus olhos
e me fazem perder pés.
nesta explosão, os dias.

Um comentário:

Alvaro Vianna disse...

Como a opção existe aqui no blog, senti-me livre para compartilhar no face. bj