20 de outubro de 2015

no frio

ontem ouvi uma história que explicava uma expressão da língua. não me lembro qual era a expressão. a história: num povoado muito muito frio, onde são famosas as geadas, há um mercado todos os sábados na praça central. era manhãzinha e já estavam os animais, as bancas, os mercadores. todo mundo querendo vender e comprar. quando todas as bocas já se abriam para fazer negócios, o frio ficou tão frio que congelava as palavras que saíam das bocas. as palavras congeladas no ar silenciavam. as bocas abertas em fala, mas tudo silêncio na praça. até que veio um calorzinho e, de repente, todas as palavras congeladas se descongelaram e eram muitas palavras de uma vez só, uma confusão total no mercado daquele sábado.

6 de outubro de 2015

garrafas com mensagens

ontem, passados seis anos desde que enviei uma mensagem, recebi uma resposta. seis anos depois. como garrafa de náufrago. isso dos acasos de que é feita a vida, isso dos algoritmos de que é feito o fb... fui dormir pensando os últimos seis anos, em tudo o que foi e veio. amanheci feliz. tinha interpretado o silêncio como um discreto "não", que sempre entristece um pouco. mas a resposta, essa, que atravessou o tempo, veio redonda de sins. abro o livro, revejo as fotos. releio os textos que já nem parecem meus. o tempo faz curvas e nas curvas há pausas. e se nestas pausas a gente se abraça...