sentado ao meu lado 
aprende as palavras pela repetição. 
abro a janela e, quando entra o sol, digo: que dia bonito... 
e ele repete: bonito... 
e a palavra ecoa: bonito... 
dias depois, sentados diante da mesma janela, 
comento: que dia azul! 
e ele repete: azul! 
na minha mesma entonação de felicidade. 
passa muito tempo até que 
diante de uma caixa de tintas, 
separando uma delas, diga: azul bonito. 
eu repito concordando: esse azul é mesmo bonito 
e guardo em mim um lampejo de alegria. 
terão passado mil anos quando finalmente diz 
que gosta, mesmo, é do rosa 
e dos dias cinzentos de chuva. 
e nós duas sorrimos.
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