em outros tempos, alguém inventou um pote para guardar lágrimas: pequenas ânforas de vidro e uma tampa que mal fecha. depois de guardadas as lágrimas, era preciso esperar que secassem. quando as lágrimas desapareciam, encerrava-se o luto. 
 tem vezes que a morte se aproxima e ronda, ronda, ronda e não se afasta por nada, repara. 
 olho em volta e constato tanta morte, tanta morte, e chego a ter medo do meu próprio fim. 
depois, de tanto vê-la, a morte, entendo melhor as duas pontas desta vida e uma flor se abre em pleno verão. 
o medo se reclui e me preparo para quando for, de fato, minha vez. 
aprendo a chorar o tanto que escave na pele uns vãos por onde passe, de leve, uma brisa. 
q bonito!
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