meu pai separou
três livros que eu tinha deixado emprestados com ele. e outros dois, que queria
me dar. um deles, de poesia. george popescu. leio: “a poesia não deve mudar o
mundo nem sequer melhorar a condição humana, tampouco ser uma alternativa, mas
simplesmente uma medicina naturans,
uma saída do círculo impossível do destino. a poesia destrói a ilusória escala
de valores ditados pela moda, inverte o avesso mediante o retorno da tradição,
recusa o perigoso jogo de dados e assume apenas um único risco: um halo por
meio do qual a luz da Palavra é filtrada, quando esta se encarna dentro de um
verso que tangencia o divino”. dizem que escrevia muito bem. o meu pai.