talvez ela seja uma rainha, atravessando desertos.
nada de água. nada de ar. nada de dromedários. nada.
nem um oásis ela se permite.
a areia está em seus olhos. e também na sua boca e na impossibilidade de mover os pés.
não adianta ser rainha. ou mandar cortar cabeças.
porque o que não se diz está dito. o que não se grita, dói.
ponha o avental, prepare-se.
é preciso farinha, fermento, sal.
e silencie.
não há realeza que o faça voltar.
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3 comentários:
ai que bonito isso. lágrimas, lágrimas, a única água desse deserto, por que ainda por cima não chove! talvez seja só isso mesmo, uma cisma. de menina boba e mimada que não gosta que lhe digam não. silenciar é bonito, mas difícil até...
Do deserto ao avental, do abismo ao rés-do-chão do todo dia... e essa cisma martelando o que falta. Nesses dias secos de Agosto, para sempre e nunca mais são tão absolutos e definitivos.
e essa foto? é linda, linda.
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