24 de maio de 2012
23 de maio de 2012
e vejo alguém passar de relance
tenho dentes amarelos de fumante que nunca fui e o fígado
inchado.há alguém em mim que fuma e bebe? um outro me
habita e não sei? ninguém. me diz.
ando pelos jardins de luxemburgo e volto a ter seis anos e
volto a gostar de paisagens pintadas com pétalas intensas, laranjas mais que
maduras entre folhagens.
estou à deriva. sempre. sempre. sempre.
dedos sujos de nicotina, a dentadura postiça. pernas que não
se firmam imensas colunas me desabam. poderia escrever cartas, muitas cartas. melhor assim.
quando finalmente for à índia o primeiro item da lista será
a bagagem.e todo o resto se completaria.
nos caminhos do parque há pedrinhas minúsculas.já não entram nos sapatos. eu descalço.
22 de maio de 2012
21 de maio de 2012
há flores nos ramos
considerar a vida um momento transitório
entre o nada e o eterno
traz o risco de não nos permitirmos
cultivar qualquer planta
criar qualquer bicho.
depois do nada anterior e antes do nada eterno
traz o risco de não nos permitirmos
cultivar alguma planta
criar algum bicho.
traz todos os riscos.
entre o nada e o eterno
traz o risco de não nos permitirmos
cultivar qualquer planta
criar qualquer bicho.
considerar a vida um instante mágico
depois do nada anterior e antes do nada eterno
traz o risco de não nos permitirmos
cultivar alguma planta
criar algum bicho.
considerar a vida
traz todos os riscos.
todo o extático.
16 de maio de 2012
14 de maio de 2012
a contemplar o avesso
a poesia assusta. o que seria ponte entre uma vida e outra vira uma cerca de arame e farpas, um fosso. o medo da frase quebrada em verso quebra o ritmo que o poeta queria construído.
a lagarta de alice diz não gosto de poesia. mas lê paris e gosta, sim, claro que gosta da poesia que está ali, aqui.
fui a uma noite de poesia. entre vitrais e escadarias, uma pequena multidão. também tenho medo de poetas. destes que levitam e cujo poema de três linhas necessita um livro de mil páginas para então ser entendido e ecoar.
na língua que aos poucos me amanhece, eu pensava zebras. gnus. manadas.
às vezes uma gazela, um elefante se largam e se entregam ao predador para que o coletivo prossiga correndo correndo correndo, acreditando-se liberto a atravessar planícies em ruído.
o humano gregário: também um se entrega. ao pensamento da morte, do medo, do intenso da alegria. se entrega à solidão. ao amor. ao espanto. ao grito.
sem o farpado do arame, eu paro. a ler o que devora o um que se deixou desproteger.
a lagarta de alice diz não gosto de poesia. mas lê paris e gosta, sim, claro que gosta da poesia que está ali, aqui.
fui a uma noite de poesia. entre vitrais e escadarias, uma pequena multidão. também tenho medo de poetas. destes que levitam e cujo poema de três linhas necessita um livro de mil páginas para então ser entendido e ecoar.
na língua que aos poucos me amanhece, eu pensava zebras. gnus. manadas.
às vezes uma gazela, um elefante se largam e se entregam ao predador para que o coletivo prossiga correndo correndo correndo, acreditando-se liberto a atravessar planícies em ruído.
o humano gregário: também um se entrega. ao pensamento da morte, do medo, do intenso da alegria. se entrega à solidão. ao amor. ao espanto. ao grito.
sem o farpado do arame, eu paro. a ler o que devora o um que se deixou desproteger.
4 de maio de 2012
3 de maio de 2012
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