sete anos é muito pouco quando se tem quase cinquenta. sete anos é uma
eternidade quando se tem dezessete. foram sete anos de eternidade. toda
eternidade dentro de mim, no desejo que não se materializava desejo, o
abraço que não se permitia ir até o fim abraço. o branco no branco, o
espelho. os compassos de espera. era sempre um compasso de espera. ele
vinha, ele ia. eu ia. eu voltava. eu nunca mais ouvia falar.
cada conquista minha tinha uma pequena dedicatória a esse homem.cada conquista minha tem uma pequena dedicatória a esse homem.
a luz do sol na janela do quarto num sábado à tarde.
o alto de um prédio onde uma antena pisca.tudo tudo adormecido.
e mais três vezes passou uma eternidade.
ele
passou os braços pela minha cintura, num abraço antigo. ali eu era a
mesma menina de tempos atrás. e só então eu soube que ele tinha muito,
muito mais medo da vida do que eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário