este ano, Aníbal me apresentou gabriel, do edward hirsch. e há meses, trago comigo esse longo poema que é, dentre muitas outras coisas, a elaboração do luto pela perda de um filho. traduzo (toscamente) um dos poemas. recomendo (vivamente) que leiam o livro, agora também traduzido para o espanhol, numa edição kriller.
o poema do hirsch:
Eu não sabia que o trabalho do luto
É como carregar um saco de cimento
Morro acima na noite
Nâo se vê o cimo
Porque não há cimo
Pobre aflição de Sísifo
Eu não sabia que seria uma luta
Entre arbustos rasteiros
Sem caminho para cima
Porque não há caminho
Só uma rocha abrupta
Com um rio onde cair
E o tempo com seus aposentos medievais
O tempo com suas arestas irregulares
E instrumentos contundentes
Eu não sabia que o trabalho do luto
É uma lida na escuridão
Que carregamos por dentro
Ainda que às vezes quando durmo
Estou de novo com ele
E logo desperto
Pobre pena de Sísifo
Não estou preparado para este pesadelo
Cimentado em meu corpo
Observe atentamente e você verá
Quase todos carregando sacos
De cimento em seus ombros
Por isso é preciso valentia
Para se levantar da cama a cada manhã
E escalar o dia
Eu não sabia que o trabalho do luto
É como carregar um saco de cimento
Morro acima na noite
Nâo se vê o cimo
Porque não há cimo
Pobre aflição de Sísifo
Eu não sabia que seria uma luta
Entre arbustos rasteiros
Sem caminho para cima
Porque não há caminho
Só uma rocha abrupta
Com um rio onde cair
E o tempo com seus aposentos medievais
O tempo com suas arestas irregulares
E instrumentos contundentes
Eu não sabia que o trabalho do luto
É uma lida na escuridão
Que carregamos por dentro
Ainda que às vezes quando durmo
Estou de novo com ele
E logo desperto
Pobre pena de Sísifo
Não estou preparado para este pesadelo
Cimentado em meu corpo
Observe atentamente e você verá
Quase todos carregando sacos
De cimento em seus ombros
Por isso é preciso valentia
Para se levantar da cama a cada manhã
E escalar o dia