11 de outubro de 2021

poeminha besta sem pé nem cabeça

ruínas e casas cidades escombros
medos palavras vão 

chuva na mata flor de pitanga
lapso de cor 

lápis no tempo bordado do avesso
uma faca no figo rasgado ao meio
constelações e vento
virá o temporal 

alguém do nada chegará no nada
tapa na cara semente no gelo são jorge e o dragão

memória rasa pra sair da devastação 

viajo sem sombra
sinos caindo do céu 

sou tronco lenhoso
filhos perdidos
brotados em fogo água chão

 

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