17 de março de 2011

onde o tempo faz uma curva

desempilhar as palavras
osso a osso asa a asa
depois evaporá-las como à água
e esperar que me condensem
e esperar que se condensem
- quando você me diz qualquer -
uma e uma fio e filete
a juntar-se poça
até que a pálpebra se fecha,
e lagrima
o sal na minha boca

3 comentários:

Letícia Massula disse...

lindo...

Inês Correa disse...

curva densa, perigosa, não? destas que tem que dar uma brecadinha antes de entrar no tempo dela, nas palavras dela. destas que tem que chegar devagarinho e ir tateando, sentindo, gostando. lendo e relendo várias vezes...

Marcos disse...

Oi Veronika
Adorei a postagem.
Me encantou especialmente o uso do verbo lagrimar = que coisa preciosa! Está tão bem usada, justa, encaixada no ponto exato, que não cabe nenhuma outra em seu lugar.
Beijos