foto: adauto araujo
Às vezes me apareces à memória
como uma cidade vista desde o mar:
com a ânsia de aportar aí
ou como o mar visto entre as ruas de uma cidade:
com a ânsia de banhar-me aí.
Às vezes a sua lembrança cresce em mim
como uma cidade que derruba as muralhas
e as novas ruas que se cruzam
dizem o teu nome
e o meu.
Às vezes me esqueço que te foste
e falo contigo como um semáforo
que muda de cores
numa rua deserta.
Às vezes tenho claro
que o único lugar onde pude viver sem o mar
foi o teu corpo.
Às vezes te esqueço
como uma cidade que de noite
não vê o seu mar negro.
E tu também vais me esquecendo
como um porto cada dia com menos navios
com menos mar a cada dia.
manuel forcano - llei d´estrangeria
tradução: veronika paulics
o original, em catalão:
com una ciutat vista des del mar:
amb l´ánsia d´arribar-hi,
o com el mar vist entre els carrers d´una ciutat:
amb l´ánsia de banyar-m´hi.
De vegades el teu record creix en mi
com una ciutat que enderroca les murrales
i els nous carrers que es creuen
duen el teu nom
i el meu.
De vegades oblido que vas anar-te´n
i et parlo com un semàfor
que canvia de colors
en un carrer desert.
De vegades sóc conscient
que l´unic lloc on vaig poder viure sense el mar
va ser el teu cos.
De vegades t´oblido
com una ciutat que de nit
no veu el seu mar negre.
I tu també em vas oblidant
com un port cada dia amb menys vaixells,
amb menys mar cada dia.
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