26 de junho de 2013
14 de junho de 2013
montanha e mar
(os dois extremos, irreconciliáveis como a água e o fogo: a montanha pura e que esconde entre suas dobras os caminhos da libertação / o mar impuro e sem caminhos; o espaço da definição / o espaço da indefinição: a montanha e sua ondulação petrificada: a permanência / o mar e suas montanhas instáveis: o movimento e suas miragens; a montanha feita à imagem do ser, manifestação sensível do princípio de identidade, imóvel como uma tautologia / o mar que se contradiz sem cessar, o mar crítico do ser e de si mesmo)
octavio paz, o mono gramático
(tradução: lenora de barros e josé simão)
7 de junho de 2013
3 de junho de 2013
exercícios de aprender a viver
eu dizia não chore.
depois: ao falar para multidões lembre-se
também do seu pé sobre a face da terra.
ou pense no que somos todos, tubos de fazer
bosta.
quando for, bata o pó. deixe água em seu
lugar.
eu também dizia não demore.
e eu também me dizia não chore.
e eu também me alertava sobre o pé, o pó, a
bosta.
sobre a água que ficaria no meu lugar.
quando o
cachorro late, late e seus olhos amarelos me olham muito de perto, a
natureza humana se dilui na multidão viva que como uma crosta cobre a terra
ferida.
e eu digo não chore, não chore agora.
não chore
depois.
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