2 de dezembro de 2015

resistencias

sei, há um tempo de gritar nos telhados. não sei se este. este parece de franco-atiradores dormindo na mira, à espera, à espreita. este, parece, é um tempo de resistências. resistência que não é resignação. encontros silenciosos nos porões, sob as raízes das árvores. onde a gente possa se abraçar e se alimentar longe dos olhos de quem nos odeia, perto de quem também procura. a fortalecer fios. a tecer redes. a histórica resistência de palmares, de canudos, a resistência dos curdos, dos franceses, dos alemães, a resistência na índia, na áfrica do sul, no alto rio negro. e costa ricas, palestinas, filipinas, as mil chinas. tantas anas, marias. a resistência dos diferentes. a resistência dos iguais. a resistência dos que nada têm. a nossa resistência, mesma, essa recusa em nos entregarmos à corrente que tudo arrasta. muito, muito depois é que fará sentido. como as árvores no inverno, como os bichos que hibernam, os rios subterrâneos. algumas cigarras. cogumelos. e outra vez o fermento, o sal, a pequena chama: vela.

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