19 de agosto de 2020

alnitak, alnilam e mintaka

a vida pulsa no coração imenso da baleia, no trajeto silencioso das medusas, na auréola aquática da terra que gira gira gira entre o sol que nasce enquanto o sol se põe e tanto sal na nossa mesa.

ávidos  batíamos no peito, chorando e gemendo, os ossos secos e os olhos a escorrer o que chuva alguma alcança, esta erosão.

se na primeira noite éramos muitos ao redor do fogo, uma manhã depois não nos conhecíamos mais: cada qual em sua gruta no escuro da própria sombra.

o medo tem crescido mais que a fome e meus galhos, estas asas de ave submergidas numa pedra.

2 comentários:

Alvaro Vianna disse...

Maria Alnitak, Maria Alnilam e Maria Mintaka. Não vou morrer sem saber, ainda que preso a uma caverna ou enterrado numa pedra. Beijos.

v. paulics disse...

:) é que acordei de madrugada e vi as três marias no céu sem saber ao certo se poderiam ser elas ou não. de dentro da caverna, aprendi o nome do cinturão de órion. saudade de você. beijos.