é simbólico mudar de ano, mudar de década. ainda mais em um ano estranho como este, pandêmico, em que passamos muitas e muitas horas em casa, muitas e muitas horas conectados, olhando pra uma tela de computador de telefone de televisão. qualquer tela, que bordado? sempre isso de refazer as esperanças: tirar as roupas usadas, buscar outras, limpas, quase leves. no ano passado me vesti de preto e vermelho, pra que se abrissem caminhos. o pássaro de hoje será morto com a pedra que exu jogará amanhã. que venham as pedras.
muita gente já está fazendo análises e leituras do tempo da covid. acho precipitado analisar como se já tivesse acabado o que ainda está em curso. falta tanto para entender. o que aconteceu, o que o provocou, como sairemos deste processo. vou alternando esperança com cansaço. vou pensando que só nos encontros saberemos jogar pedras pra abrir caminhos. não tem saída individual, não há fronteira que resolva nada. o planeta é um só – esta delicadeza quase algodão, caixinha de surpresas, no imenso universo. um poema.
que venha
2021.e a gente nele.
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