ali era a forca.
proibido acender velas coloridas.
chaguinhas um condenado por exigir o que era seu. o corpo lançado no ar. na primeira, a corda se rompeu. na segunda, a corda se rompeu. na terceira, a multidão a buscar os mistérios da santidade esperava aflita e a corda novamente se rompeu. na quarta, o laço de couro, não houve jeito. chaguinhas evadiu-se para a crença de todos e dos filhos dos todos.
a devoção e a mudança dos tempos fizeram a forca virar capela. o cemitério virou casas, restou o beco.
os aflitos que dialogam transcendência vão ali, com suas luzes. vermelha pra ogum verde pra oxóssi azul iemanjá amarela oxum laranja iansã. marrom para xangô.
no subterrâneo da capela velas brancas brilham pela memória dos amados. prontas para reciclagem, que uma vela de qualquer cor conspurcaria.
e no enquanto sempre todas oxalá.
2 comentários:
no estadão de 09 de maio, josé de souza martins publicou um artigo com o mesmo tema. por e-mail, comentou: "As lendas em torno da forca, da capela e da morte do Chaguinhas sempre estimulam a imaginação dos ficcionistas. Muito se tem escrito a respeito. Na ficção, o livro mais importante é o do historiador, romancista e poeta, já falecido, Nuto Santana. Ele era o melhor conhecedor daquela história. Há um depoimento do Padre Feijó, que presenciou o enforcamento."
gosto muito daquele lugar,
assim como gosto de dizer que "moro na liberdade".
assim como gosto muito deste texto.
prazer, veronika!
Postar um comentário