algumas pessoas nascem esculturas prontas e resta ao tempo devastá-las. outras vêm ao mundo massa informe, e ao tempo cabe forjá-las, esculpi-las.
eola gostava de andar nas tardes claras de ventania quando o movimento do ar traça sulcos em gestos e rosto, como se erodisse planícies. o pensamento segue pedaços de painas no asfalto, ângulos exatos entre janela e céu, sombras na calçada, placas de trânsito invertidas, construções novas em terrenos antes vazios.
o seu tesouro o fundo de um vale nascente na gruta dos olhos nas mãos de veias salientes e dedos grossos.
Um comentário:
Lindo, extraordinário início!
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