2 de setembro de 2011
vamos combater a violência (ou visão de um ônibus num dia triste)
o homem me olha como olham os caranguejos do mercado na corda um pouco moribundos as presas peludas lentas na minha direção ela chora quando me diz e sou eu que estou atada sem poder sair mesmo que eu ligue no um oito um e me prometam absoluto sigilo o que eu faço se daquilo só eu sei e se souberem ele saberá que eu antes a corda me atravessasse e fosse eu nesse lodo desse balde esses olhos mortos fossem meus e os braços peludos em pinça e ela chora quando.
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