aprendi com meu pai a cortar cordas, a cortar de uma só vez os tantos fios de que é feita uma corda: um golpe seco, e logo um nó para que o trançado não se desfaça.
quando é uma corda sintética, de plástico, aprendi com ele a queimar a ponta cortada e num movimento cuidadoso e certeiro de dedos umidecidos juntar toda aquela maçaroca ainda quente e derretida.
em ambos casos, nó ou fogo, não se podia perder tempo para manter a integridade da corda.
só estes dias, na ferrateria, aprendi que uma fita adesiva pode delimitar o lugar do corte mantendo unidos os fios para que não escapem da chama.
pode-se respirar e contemplar o processo sem pressa porque os fios unidos não se dipersam quando os aproximamos da vela acesa.
fiquei tão perplexa diante da ideia de conter à força e queimar o que tende a se esgarçar que nem notei o fogo invadindo a casa.
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