29 de outubro de 2010

fusível

uma antepassada com o mesmo nome que o meu plantou uma amoreira no canto esquerdo do pátio do fundo da casa. como eu.
quando fecho as janelas ao entardecer para barrar o vento frio da noite vivo um pequeno luto pelo dia. um luto calmo e consolado e profundo e triste como por alguém que viveu a vida amplamente e já velhinho morreu. ainda assim, um luto.
nem sempre o amanhecer me faz pensar nascimentos.
houve um dia em que uma tartaruguinha se perdeu neste imenso quintal.
os dias transcorrem inturgescidos por pequenos espinhos pontas agudas de facas excesso de prendedores no varal onde a roupa poderia voejar.

3 comentários:

Alvaro Vianna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alvaro Vianna disse...

Uma tartaruga perdida num quintal imenso é praticamente uma metáfora para a vida humana. "Show de Truman" para quelônios, ou, melhor, "Show de Trurtle".
A saída pode ser a amoreira, senhora Veronika Paulics II.

Beijo

maria lutterbach disse...

tbm já tive uma amoreira no quintal, mas já estava lá quando chegamos. comi tantas amoras naquele ano que nunca mais consegui gostar. bjs!