saio de manhã cedo e chove. enquanto ando, penso o mundo
todo encoberto e cinza e molhado, sem perceber que no meu pensamento obtuso,
reduzo o mundo ao pouco que dele sei, no tanto que ignoro. como não sei – talvez porque
não vejo – que as estrelas, como as borboletas, também antes foram lagarta e
casulo, ambas pequenas explosões de incompreensível e o incompreensível só é
assim não compreendido porque nunca antes me debrucei sobre seu mistério, e o mistério, tal e
qual um pequeno humano, tem passado e futuro, sendo talvez seu passado o ponto de grafite e seu futuro a palavra. o mistério em seu presente seria o
risco cinza que traço no papel antes bem antes de teclas e telas e fibras óticas
que nos (des)conectam. incompreensível pode ser a poesia do casulo mágico de
uma estrela que alguém vê.
Nenhum comentário:
Postar um comentário