alguma coisa me diz que há alguma coisa que não estou vendo. a 
cegueira é minha, estendida, espero que todos estejam de olhos cerrados,
 como os meus. a guerra também é minha. serei quem mata serei quem 
morre, no mesmo gesto, no incêndio, na bandeira branca, não importa. algo me diz: mantenha os pés no chão. e retroceda, quando for a 
hora. quando é a hora? os pés sabem. as mãos se perdem. não se perca.
a guerra não é de ninguém. não há guerra. também as bandeiras brancas. 
existem? e o fogo e os olhos. e as coisas que vejo sem vê-las.
quem
 tem mãe não faz filosofia, diz o menor de todos, e este filosofar em si
 me surpreende.
pergunto se conhece algum filósofo. diz um nome e acrescenta: aquele dos
 figos e a carta. o filósofo dos figos. o filósofo da carta. que por 
certo teve mãe, penso. como teve sua batalha pública tão particular, e 
perdeu os pés quando se soube menos cego e mais sozinho.
 
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