22 de março de 2015


branco no branco. um ovo. e me lembro da história da vida do gigante que vivia sem medo tudo o que fazia porque sua vida não estava ali, no seu peito. sua vida estava guardada no fundo do mar, dentro da boca de um peixe que dormia numa gruta. dentro do peixe havia um baú, dentro do baú uma pedra, dentro da pedra um ovo, onde dentro uma vela acesa era a tal vida. a vida oculta. o gigante exposto e sua vida guardado segredo. isso que digo preto no branco, o escrever, é um pouco o avesso dessa vida de gigante. eu faísca dentro de um ovo dentro de uma pedra dentro de um baú dentro de um peixe dentro de uma gruta no fundo do mar e as palavras construídas aí: mundo afora. ou mundo adentro: do outro. o avesso do ovo. preto no preto.

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