abra os
sentidos. todos. experimente. os olhos, para que venha, vá. ofereça-se: palavra
primeira sobre as águas, até que existam ambos, por fim. os sons. e dentre
todos, o silêncio. o áspero das unhas que crescem. o silêncio da areia no
vento. um pente nos cabelos longos.
escute. e faça-se ouvir. o zumbido dos insetos habita um labirinto. e também
seu voo no tato. que é limite ou ponte. ponha-se pinguela sobre um rio pedras,
atravesse-o como se criasse o mundo. não olhe para o medo abismo e pés. pense
céu. pense estes poros todos pequenos vãos que buscam o lado outro onde também
se pisa a primeira pegada na madrugada espuma e mar de areia. porque veja, como
as sílabas, cada um não se sabe onde se começa: amorte: onde se termina.
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