acordei. zonza. sozinha no quarto. na barriga vazia um saco de areia. era madrugada ainda. um telefone tocou: precisa de oxigênio, você autoriza? claro, eu disse, sem nem saber o que queria dizer. depois, depois das horas mais longas de toda a minha vida, seus olhinhos ainda miúdos e inchados nos meus. e os dedos, com unhas!
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ele ficou lá dentro e eu saí. o dentro era um mundo imenso. o aqui fora era minúsculo e sem graça. eu não sabia bem o que fazer com as mãos e o tempo. quem estava se adaptando a quê no primeiro dia de escola?
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cinquenta horas naquele motor de barco de dois tempos sem sairmos do lugar, saindo.
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eu disse: bom voo. e ele sabia que não eu não estava falando só dos aviões.
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