24 de março de 2020

ponha-se no seu lugar

 

e não sei se ainda sei qual é o meu lugar, justo neste momento em que o tempo parece se compactar no espaço que se repete da manhã à noite. o cotidiano em sua essência, em sua simplicidade máxima, em sua rotina de gestos que de tanto se repetir ficarão mágicos como uma coreografia que imita a vida ou ficarão amargos, num cotidiano que não se quis. que talvez ninguém quereria. aqui em casa, vamos bem. um dia a cada dia. como pássaros e lírios de salomão.
mas estou exausta das redes sociais. queria mesmo era saber como vão as pessoas que me importam e vejo que seguimos nos colocando no lugar dos outros, reenviando palavras dos outros, pensamentos dos outros, desejos dos outros. talvez a gente nem saiba dizer mais qual é o nosso lugar, o nosso pensamento, o nosso desejo.
ficarei uns dias em silêncio para me por no meu lugar. e daqui, devagarinho,espero abrir enfim os olhos para ver melhor como é que a gente poderia fazer para que todo mundo no mundo pudesse encontrar um lugar. talvez demore.
estarei mais no blogue.

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