o ano começou quieto, lento. como um riozinho que mal se vê entre pedras e folhas caídas. o brilho da água. o murmúrio. o que vem depois a gente nunca sabe.
o tempo é sempre um presente que vai se abrindo aos poucos e aos poucos vai se revelando. abre-se a primeira aba de papel e parece uma estatueta de elefante. não, não é. abre-se outra aba e o que parecia uma estatueta de elefante é a ponta de uma tampa de um bule talvez. mas, não. outra parte do papel se desdobra e o que parecia a ponta de uma tampa de um bule é o encosto de uma poltrona, ou é o portal de uma cabana, ou a porta, simples e direta, de um túnel escuro e frio.
o tempo, este presente que vai se desdobrando, nunca deixa de nos surpreender.
que 2023 seja um presente bom. mas se for escuro e frio, que seja também bonito porque "iluminado pela beleza do que aconteceu há minutos atrás"...
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