lembrei do
dia que fui com meu filho mais velho até o pelezão para fazer exame de saúde para podermos
usar a piscina que quase sempre estava fechada mas quando estivesse aberta só
poderiamos usar se o exame de saúde estivesse em dia e fomos e era de tarde e
depois de passarmos pelo médico – nem lembro do médico nem do exame – lembro
que estávamos esperando um pouco porque a chuva que ameaçava era imensa, estas
tempestades tropicais o céu cinza escuro cada vez mais baixo raios e trovões e
de repente água, muita água e quando a chuva parecia ter amainado, enquanto voltávamos para casa, ao pular a água da enxurrada, meu filho deixou escapar um pé de havaiana, ele estava com as
minhas havaianas, não sei por quê, só lembro da havaiana indo na enxurrada como
um corpo morto no longo rio, como um tronco de madeira ilegal cortado no escuro
da noite transportado mogno para ser móvel nas casas ricas da europa. as águas
sujas de sarjeta da cidade, o céu baixo, nuvens densas e escuras, e a havaiana
indo como se fosse alguém que a gente amasse.
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