15 de fevereiro de 2011

modorras

o vazio na tarde quieta.
ouça o apito. uma locomotiva.
o cala a boca o estupro
a bofetada que faz no minuto seguinte
quem era menina se crer culpada. e por toda a vida.
como por toda a vida no escuro da terra as formigas
refazem seus trajetos, e seu trabalho – de destruição – reina na fábula.
a parede amarela do ponto do ônibus, o tecido de bolinhas, o branco para cortinas.
uma pena verde pousa no beiral.
o tudo depois do grito. sou o bicho
perdido e morto na linha do trem.

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